quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Blank Space

Há uns dias ouvi a Blank Space, da Taylor Swift, e ficou-me gravado na memória um par de versos com que realmente me identifico.

Ain't it funny, rumors fly
And I know you heard about me

O contexto da canção, à primeira vista, não tem and a ver com a maneira como eu me identifico com estes versos. Mas na realidade, é uma música em que a Taylor Swift basicamente critica a forma como os media a retratam no que toca a relações. Se o retrato que pintam dela é correcto ou não, isso é uma história que dá pano para mangas, uma coisa é certa, muitas vezes os media abusam um bocado dos limites.

Eu nunca gostei de ser o centro das atenções, mas por vezes, sou puxado para lá. Ainda hoje, me cruzo por vezes com pessoa que me reconhecem não por eu ser eu, mas por eu estar associado a... Outras pessoas e eventos. 

Isto fez-me recordar a forma como a minha sexualidade foi algo que se espalhou pela escola secundária, numa altura em que eu ainda mal tinha conseguido aceitar-me a mim mesmo. Foi demasiado cedo e, pior, foi uma informação que se espalhou pelas bocas do mundo sem que eu tivesse consentido. Foi essa altura da minha vida que esses versos me fizeram lembrar. Felizmente, tive a sorte de ter nascido e de viver num ambiente em que me apoiam, e me aceitam. Mas por vezes não consigo deixar de pensar como as coisas poderiam ter sido diferentes se assim não fosse. Podia ter sido mais devastador do que foi.

E com isso não quero dizer que em nada me afectou, claro. Na altura acabei por olhar sempre à minha volta, com aquela sensação desconfortável de que todos os olhos estavam postos em mim, a julgarem e - perdoem-me a expressão coloquial - a fofocarem. É uma experiência de paranóia que não tenho interesse em voltar a experimentar. Já antes dessa fase da minha vida, eu tinha alguma dificuldade em sentir-me confortável em grupos grandes. Mas depois... Bem, pode-se dizer que não fiquei nem por sombras mais extrovertido.

Hoje em dia, no entanto, já não me preocupo com esse tipo de coisas. Porque honestamente, eu tenho a minha vida que, em parte, partilho aqui no blogue - mas é apenas uma pequena parte, claro. E quem quiser falar... Bem, eu só tenho ouvidos par ao que me interessa saber. Se de vez em quando sinto um pouco de satisfação em saber mais sobre a vida dos outros? Sim. Mas é por curiosidade, não por malícia. Até porque eu simplesmente actuo como ouvinte passivo, e não espalho os rumores e segredos que me chegam aos ouvidos.

Outra coisa de que gosto nesta música?

Faz-me sentir poderoso.



2 comentários:

  1. aconteceu-me mais ou menos a mesma coisa... reparei que a partir do momento em que algumas pessoas passaram a saber , muitas das coisas simples que eu fazia eram questionadas e mesmo nas aulas chegaram a fazer menção disso a professores...

    penso que não adianta insurgirmo-nos ou isolarmo-nos por causa disso, as pessoas irão continuar a falar de qualquer forma... é mesmo como diz a música, "ain't it funny, rumors fly"... não podes impedir as pessoas de falar, não podes controlar tudo aquilo que elas dizem ou pensam sobre ti, neste mundo dizes 100 e as pessoas entendem 1000...

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  2. Não é fácil ser o centro de atenções e para mais quando é feito com malícia, eu não I porto que falem de mim pelas costas, mas desde que não saiba, mas por vezes sei disso e o caso muda de figura.

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